El Rey Secos & Molhados

sábado, 1 de outubro de 2011

Banda El Rey

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Estúdio 10 - Junho de 2011
Postado por El Rey Secos & Molhados às 16:36 Nenhum comentário:
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A BANDA EL REY

Com o objetivo de reviver a sonoridade e a excentricidade de uma das bandas mais exóticas e criativas do rock e da música popular brasileira surge em Porto Alegre, depois de quase 40 anos do lançamento do primeiro álbum dos Secos & Molhados, o grupo cover El Rey, formado pelos músicos:

DANIEL CHAHIN (Vocal)

LAURO CRIVELLARO (Guitarra e Violão)

ALEXANDRE TORRES (Teclados, Piano, Arranjos, Violão e Vocal)

JERÔNIMO JACA VASCONCELLOS (Baixo, Violão e Vocal)

ANDRÉ BINSFELD (Bateria e Percussão)

O repertório da Banda El Rey inclui as músicas dos dois primeiros discos dos Secos & Molhados mantendo os mesmos arranjos e as tonalidades das gravações originais. O grupo propõe reviver a sonoridade e a irreverência dos Secos & Molhados para aqueles que viveram os anos 70 e para quem sempre quis viver ou relembrar dessa época dourada da história da música brasileira. A banda ainda tem o aval do padrinho Gerson Conrad – um dos integrantes da clássica formação dos Secos & Molhados.

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VIDEOS EL REY

  • FLORES ASTRAIS
  • DIRETO RECADO
  • ROSA DE HIROSHIMA
  • O VIRA
  • SANGUE LATINO
  • PRECE CÓSMICA
  • O PATRÃO NOSSO DE CADA DIA
  • VÔO
  • TOADA & ROCK & MAMBO & TANGO & ETC
  • O DOCE E O AMARGO - NÃO: NÃO DIGAS NADA
  • RONDÓ DO CAPITÃO
  • ASSIM ASSADO
  • MULHER BARRIGUDA
  • AMOR
  • O HIEROFANTE
  • EL REY

ENSAIOS

  • De Mim Pra Você (Estúdio Live) Mai/2013
  • Que Fim Levaram Todas as Flores? (Estúdio Live) Mai/2013
  • O Vira (Estúdio Cidade Baixa) Out/2012

VIDEOS SECOS & MOLHADOS

  • Que Fim Levaram Todas as Flores?
  • Tercer Mundo
  • Flores Astrais
  • Sangue Latino (México)
  • Sangue Latino
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Breve História dos Músicos

No início dos anos 90 o tecladista Alexandre Torres e o guitarrista Filipe Skin se conhecem durante a 2ª montagem da peça teatral Marat-Sade do alemão Peter Weiss, com direção de Juan Carlos Sosa e direção musical de Alexandre Torres, com temporadas nos teatros Goethe e São Pedro, além de incursões pelo interior do estado e Uruguai. A peça contava com músicas ao vivo, cuja banda era formada pelos músicos Alexandre Torres (Voz, Piano, Teclados e Violão), Filipe Lima Skin (Guitarra), Fábio Dias (depois Raul Miranda) (Baixo), Lúcio Martins Molu (Bateria), Joãozinho Américo (Violão e Percussão) e Bárbara (Flauta Transversal). A letra das canções era do dramaturgo Peter Weiss e a música de Néstor Monastério, as mesmas que foram criadas e utilizadas na 1ª montagem nos anos 80. No final da década de 90, Alexandre Torres e Filipe Skin conhecem o baixista Jaca Vasconcelos quando integram a banda "Fróide Explica" juntamente com os músicos Jottagá (Voz), Adriana Deffenti (depois Cris Bello e Mauren Veras) (Voz e Flauta Transversal), Rick de La Torre (depois Ivo Eduardo e André Binsfeld) (Bateria), Marco Tedesco (depois Lourenço Schmidt) (Guitarra) e Rogerinho Martins (Percussão). A banda grava o CD "Complexo de Édipo com a Mãe Alheia" e faz shows na capital e no Rio de Janeiro, onde gravam dois videos, o clipe Gordini Invocado e o Making Off, sob a direção de Carlos Kober. A banda também grava o disco do II Festival de Música de Porto Alegre e do II Fórum Social Mundial, com as músicas "Só Quero Dizer" (Jottagá) e "Xote da Amizade" (Mário Barbará), e produz clipes como Hey Tchê, Só Penso em Sexo, Mala Gêmea, Taras de Édipo, dentre outros. Em 1998 Alexandre Torres, Filipe Skin e André Binsfeld, juntamente com o baixista Denis Job criam a banda de apoio da cantora Vanessa Leão, mais tarde acompanhando também sua irmã Raquel Leão. Ainda nesta época Alexandre, Filipe, Jaca e o baterista Baboo formam a banda "On The Road" e fazem inúmeros shows na capital e são convidados a participar de "showmícios" pelo interior, onde excursionam nas "Caravanas da Cultura" ao lado de Adriana Deffenti, Banda Fróide Explica, Zé Caradípia, Flora Almeida e outros artistas gaúchos. O baixista Jaca Vasconcelos e o tecladista Alexandre Torres trabalham juntos na banda "Bella Spanka", com Grazi Badke (Voz), Amílson Silva (Bateria) e Dado Kersting (Guitarra). Entre 1995 e 1999 surge uma das bandas mais importantes da cena underground de Porto Alegre, a banda Lila Deep, formada pelos músicos Jaca Vasconcellos (Guitarra), Dado Kersting (Guitarra), Grazi Badke (Baixo e Voz), Amilson Silva (Bateria) e Claudia Barbisan (Voz). Passando por várias bandas no cenário rock/underground gaúcho como "Dellips", "Lovecraft", "Plato Divorak & os Shazans", "Plato Divorak e os Analógicos", "Wander Wildner", "She's OK", "Hipnóticos", Beto Nickhorn resolve deixar suas influências MOD tomar conta e parte para carreira solo acompanhado pelos Caras, formando a banda Beto Nickhorn & os Caras, formada pelos músicos Jaca Vasconcellos (Baixo), Beto Nickhorn (Guitarra), Amilson Silva, (depois Jazzner Messa, da banda Maria do Relento) (Bateria) e Saionara Sosa (Voz). Mais tarde Alexandre Torres, Jaca Vasconcellos e Marco Tedesco tocam com o músico/cartunista/roteirista Cláudio Spritzer (Voz e Violão), onde gravam a primeira versão da música "Banho de Chuva". Jaca e Alexandre ainda formam a banda "Hagala" com Flávio Medina (Voz) e Sandro Zanotto (Bateria), gravando o primeiro CD da banda e clipes como Sentimento Meu, Senha, Lembrei de Você, Amor e outros. Anos depois, Alexandre, André e Jaca gravam o CD "Flores de Maio" do músico e letrista Alex Rubain. Gravam o CD "Águas de Chuva" da cantora Angélica Rizzi. André ainda grava "Loucura Urbana" com a banda "Mescalinos", ao lado de Vanessa Leão (Voz e Violão), Beto Garcia (Guitarra) e Ptrio Caletti (Baixo). Grava "Scenario Urbano" com a banda de jazz "Trio de Janeiro" ao lado de Cezar Ferreira (Piano e Gaita), Jorge Souza (Sax e Flauta Transversal) e Daniel Nodari (Guitarra e Cítara) originando clipes como African Flower, Freeturn e outros, formando mais tarde a banda "Vertentes do Solo", juntamente com Jaca Vasconcellos e os irmãos Eduardo e Luciano Lenzi (Voz,Violões e Guitarras) gravando clipes como As Aranhas, Lata D'água, Lua Nova e outros, produzidos por Marco Fábio Binsfeld. Jaca também grava o CD "Movimentos" com a banda No Quartet, ao lado de Geraldo Mueller (Bateria) e Rafael Vanoni (Guitarra), originando o clipe Movimentos. Alexandre Torres grava o primeiro CD autoral de Filipe Skin "Virginia", juntamente com Filipe e o baterista Ademir John Bohan e participa de alguns shows da banda "Skinzofrênicos" ao lado dos músicos Jeff (Baixo) e Bolada (Bateria). Deste trabalho originou-se o clipe É o Rock, produzido pela Zeppelin e dirigido por Rodrigo Pesavento, com os músicos Filipe Skin (Voz e Guitarra), Alexandre Torres (Teclados), André Binsfeld (Bateria) e Diego (Baixo). André trabalha com o ator e músico Antônio Carlos Falcão (Voz) no início de seu projeto autoral, ao lado de Alexandre Torres (Teclados), Aldo Ibanez (Baixo) e Daniel Nodari (Guitarra). Também acompanha o trabalho de Falcão em seu show performático Betânia. No final dos anos 90 os músicos da "Banda do Dorinho" criam a banda "Trybu Wudú", com Alemão Eugênio (falecido em junho de 2012) (Voz e Violão), Bando (Voz e Percussão), Robson Serafini (Guitarra) e Bira Estivalet (Baixo), convidando o tecladista Alexandre Torres, o baixista Jaca Vasconcellos e o guitarrista Filipe Skin para excursionar pelo interior do estado com seus shows. A banda faz apresentações na França e de volta ao Brasil produz o clipe Baião do Sem-Terra, dirigido por Claudio Catota, com participação de Renato Borghetti. Jaca Vasconcellos e André Binsfeld ainda trabalham com o músico Deco Prado no CD "Folhas Ao Chão", originando clipes como Folhas ao Chão e Desenho. O tenor Daniel Chahin e o instrumentista Lorenzo Credidio se conhecem desde os tempos de escola, onde desde então trabalham juntos em diversos projetos musicais, como a composição e gravação da música Cry For a Smile, da banda de metal Moonlight, ao lado dos baixistas Daniel Becker e Felipe Franciose, e do baterista Eduardo Baldo, músico da conceituada banda Hibria. Com Notórios, banda cover dos anos 80, juntamente com o guitarrista Luciano Silva gravam uma versão da música Kiss, do Prince. O guitarrista Lorenzo Credidio e o cantor paulista Daniel Chahin, além de trabalhos de músicas próprias e tributos a bandas como Whitesnake, Led Zeppelin e The Doors, formam a banda Fireball, cover da banda Deep Purple. No inverno de 2010, Daniel e Lorenzo ouvem bastante Secos & Molhados, ouvem tanto que começam a tocar os dois primeiros discos inteiros da banda, surgindo a inspiração de tocarem ao vivo aquelas canções num projeto novo. Convidam o baterista Leco Haas, músico da banda de rock n' roll Doctor Dog, e o baixista Jaca Vasconcellos, com o propósito de tocarem somente Secos & Molhados. Jaca logo tem a idéia de convidar seu amigo, o músico da banda The Flashback Band, o tecladista Alexandre Torres para, assim, criarem a 1ª formação da banda "El Rey". Em 2011 o baterista Leco Haas deixa a banda, dando lugar a entrada do músico André Binsfeld, surgindo assim a formação atual da banda "El Rey".

Links dos Secos & Molhados

  • O Gato Preto Cruzou a MPB
  • O Sucesso Meteórico dos S&M
  • Mofo - Secos & Molhados
  • Baú de Raridades
  • Clipe - O Hierofante
  • Clipe - Rosa de Hiroshima
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Entrevista com Ney Matogrosso

  • O Som do Vinil

CURIOSIDADES

A música "Tem Gente Com Fome" de João Ricardo e Solano Trindade inicialmente faria parte do primeiro álbum dos Secos & Molhados, porém não chegou a ser gravada na época por determinação da censura. A música só foi gravada em 1979 no álbum "Seu Tipo" de Ney Matogrosso. É comum a confusão que se faz logo na primeira palavra da letra, quando se entende "Vem sujo da Leopoldina....", quando na verdade a frase correta é "Trem sujo da Leopoldina..."
O arranjo da música lembra um trem em movimento, principalmente no final da melodia onde se percebe na parte ralentada o trem travando aos poucos. Em 1979 o programa Fantástico da TV Globo produziu o clipe da música Tem Gente Com Fome. Vale a pena conferir esta música que, por pouco não entrou no primeiro disco dos Secos & Molhados.
por Axa

A música Vira Safado foi gravada pela primeira vez em 1975 por João Ricardo, seu primeiro trabalho solo após a separação dos Secos & Molhados. Essa versão rendeu na época um clipe para o Fantástico, clipe raro na internet, porém existem algumas imagens deste trabalho. Essa mesma música, Vira Safado seria regravada em 1980 na voz de Lili Rodrigues num outro disco dos Secos & Molhados.
por Axa

Dizem que o programa Fantástico da TV Globo surgiu junto com os Secos & Molhados. Em agosto de 1974, mais precisamente no dia 11, às 20h o programa lançou 2 clipes, o que seriam os últimos trabalhos da banda na TV. Produziram os videos das duas primeiras faixas do segundo disco: Tercer Mundo e Flores Astrais. Recentemente foi disponibilizado no Youtube o clipe Flores Astrais na íntegra, o que até então era raro, porém o clipe de Tercer Mundo, onde Ney aparece pela primeira vez sem a característica maquiagem continuava até então raro na internet, disponibilizado apenas alguns trechos das imagens desse trabalho. Recentemente o clipe passou no Canal Multishow para o deleite dos fãs, agora, também Tercer Mundo pode ser assistido, já que se encontra disponível na íntegra na internet. O grupo se desfez antes mesmo do lançamento do seu segundo disco, ou melhor, apenas 3 dias após o lançamento dos clipes na TV.
por Axa

Após a separação da banda, Ney, João e Gerson iniciaram
carreiras solo em 1975. Ney Matogrosso lança o álbum "Água do Céu - Pássaro" e grava o clipe América do Sul, trabalho que lhe rendeu o prêmio "Ondas" na Espanha como o melhor musical do ano. João Ricardo grava Vira Safado, música do seu conhecido álbum rosa. João ainda lança no programa Fantástico da TV Globo, em abril de 1978 o clipe Que Fim Levaram Todas as Flores. Gerson Conrad grava com Zezé Motta seu primeiro trabalho pela Som Livre e lança diversas músicas, como A Dança do Besouro, Um Resto de Sol e outras. Recentemente saiu um documentário sobre Gerson Conrad e Zezé Motta abordando temas sobre a separação dos Secos & Molhados e sua nova parceria com Zezé Motta à época de seu primeiro trabalho solo.
Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad continuam
trabalhando em seus projetos individuais, e uma suposta retomada do grupo aos palcos, segundo Ney Matogrosso, é algo improvável, já que ele não teria nenhum interesse.
Por Axa

TESTANDO OS OUVIDOS
Ouvindo-se a música Primavera nos Dentes, no momento em que os vocais cantam:
"Quem NÃO vacila mesmo derrotado....." -
quem tiver bom ouvido poderá escutar, ainda que muito baixo, um dos vocais ao invés de cantar a palavra NÃO, cantar a
palavra JÁ. A palavra JÁ seria a palavra correta, mas do próximo verso: "Quem JÁ perdido nunca desespera...."
Tem que ter bom ouvido pra perceber o equívoco.
Por Axa

ORIGEM DE TERCER MUNDO
O texto da música Tercer Mundo originou-se de "La Prosa del Observatorio" do autor
argentino Júlio Cortázar, texto escrito em 1972 pelas comemorações do ano internacional
do livro. Confira o pequeno trecho do texto:
"Todavía no hemos aprendido a hacer el amor, a respirar el polen de la vida, a
despojar a la muerte de su traje de culpas y de deudas; todavía hay muchas guerras
por delante, Acteón, los colmillos volverán a clavarse en tus muslos, en tu sexo,
en tu garganta; todavía no hemos hallado el ritmo de la serpiente negra, estamos en
la mera piel del mundo y del hombre. Ahí, no lejos, las anguilas laten su inmenso
pulso, su planetario giro, todo espera el ingreso en una danza que ninguna Isadora
danzó nunca de este lado del mundo, tercer mundo global del hombre sin orillas,
chapoteador de historia, víspera de sí mismo."
Clique AQUI para ler todo o texto de "La Prosa del Observatorio" de Júlio Cortázar
Por Axa

O FIM DE TUDO
No dia 12 de agosto, véspera da estréia do show, um dia após a apresentação no programa
Fantástico dos clipes de lançamento do novo disco (Tercer Mundo e Flores Astrais) vem a notícia bombástica que nenhum
dos milhares de fãs gostaria de ouvir (ou ver), O FIM DOS SECOS & MOLHADOS.

"Depois de se tornar recordista na venda de discos em todo o Brasil, vencendo inclusive
o então imbatível Roberto Carlos, o conjunto Secos & Molhados vai se dissolver. A decisão
partiu de Ney Matogrosso, 33 anos, solista do grupo, inconformado "com a ganância e os
desacertos" com que vinham sendo dirigidos os destinos do conjunto. A renúncia foi
anunciada as vésperas do show que acompanharia o lançamento do segundo álbum, e para o
qual os convites já tinham sido expedidos. Assim, sem festa, o segundo e derradeiro disco
está sendo lançado, já com 150.000 exemplares reservados pelas lojas". (O convite cancelado
- Revista Veja, agosto de 1974).

Durante muitos anos foi questionado a respeito do fim do grupo. Em entrevista ao programa
Fantástico, Ney Matogrosso deixou bem claro seus motivos ao referir que o lider João
Ricardo, enviou através de um boy, um contrato pra ser assinado por ele na condição de
empregado, no que foi terminante recusado, e que todo o dinheiro até então levantado por
eles havia sido investido no "novo escritório" do grupo, que ocupava dois andares com
instalações luxuosas, deixando dessa forma Ney e Gerson sem nenhum dinheiro que haviam
faturado nas últimas vendas e apresentações da banda. Termina aqui a trajetória do grande
sonho musical de milhares de brasileiros e inicia-se a carreira brilhante de Ney Matogrosso.
Fonte: Baú de Raridades

A ORIGEM DO NOME
O nome foi criado por João Ricardo, quando, nas proximidades de Ubatuba, em um dia chuvoso, viu uma placa de armazém balançando anunciando o tema "Secos e Molhados". Isto lhe chamou a atenção, e antes mesmo do surgimento da banda, surgiu a ideia do nome e alguns outros conceitos que a consistiriam foram se formando. Eles passaram uma grande temporada em Crixás. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Secos_%26_Molhados

Biografia

Secos & Molhados é um conjunto musical brasileiro, criado pelo compositor João Ricardo em 1971. Músicas do folclore português, como “O Vira”, misturadas com a poesia de Cassiano Ricardo, João Apolinário, Vinícius de Moraes e Fernando Pessoa, entre outros, fizeram dos Secos & Molhados um dos maiores fenômenos musicais do Brasil. Sua formação inicial era composta por: João Ricardo (violão de doze cordas e gaita), Fred (bongô) e Antônio Carlos, ou Pitoco, como é mais conhecido.

O som completamente diferente à época, fez com que o Kurtisso Negro de propriedade de Peter Thomas, Oswaldo Spiritus e Luiz Antonio Machado no bairro do Bixiga, em São Paulo, local onde o grupo se apresentava, fosse visitado por muitas pessoas, interessadas em conhecer o grupo. Entre os “curiosos” estava a cantora e compositora Luli, com quem João Ricardo fez alguns dos maiores sucessos já gravados no Brasil (“O Vira” e “Fala”).

História

Fred e Pitoco, em julho de 1971, resolvem seguir carreira solo e João Ricardo sai à procura de um vocalista. Por indicação de Luli, conhece Ney Matogrosso, que muda-se do Rio de Janeiro para São Paulo. Depois de alguns meses, Gerson Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado ao grupo. O Secos & Molhados começa a ensaiar e depois de um ano se apresenta no Teatro do Meio, do Ruth Escobar, que virou um misto de bar-restaurante chamado “Casa de Badalação e Tédio”.

No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio “Prova” para gravar - em sessões de seis horas ao dia, por quinze dias, em quatro canais – seu primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.

Os Secos & Molhados se tornaram um dos maiores fenômenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendagens de discos e público. Em fevereiro de 1974, fazem um concerto no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil. Em agosto do mesmo ano, é lançado o segundo disco e João Ricardo decide reciclar os integrantes da banda.

Em maio de 1978, João Ricardo lança o terceiro disco dos Secos & Molhados com Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. Surge mais um sucesso do grupo, “Que Fim Levaram Todas as Flores?”, canção mais executada no Brasil naquele ano.

Agosto de 1980, junto com os irmãos Lempé - César e Roberto – o Secos & Molhados lança o quinto disco . A quinta formação do grupo nasce no dia 30 de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em São Paulo. Em maio de 1988 sai o álbum “A Volta do Gato Preto”.

Simplesmente sozinho, em 1999, João Ricardo lança “Teatro?” mostrando definitivamente a marca do criador dos Secos e Molhados.

Cronologia

* 1970 - Setembro –Gerson Conrradi e João Ricardo se juntam para buscar um vocalista para a banda, Secos & Molhados.
* 1971 – Abril – Antônio Carlos – Pitoco - e Fred entram para o grupo.
* Maio – Temporada na casa Kurtisso Negro.
* Agosto – Luli apresenta Ney Matogrosso à Gesrson Conrradi e João Ricardo
* Dezembro – Primeira temporado dos Secos & Molhados, no Teatro do Meio.
* 1973 – Março – Os Secos & Molhados começam a ensaiar com os músicos Gripa (flauta), John (guitarra), Willy (baixo) e Marcelo Frias (bateria).
* Maio – O grupo entra em estúdio.
* Junho – João Ricardo entrega o disco gravado e o layout da capa para a Continental Records.
* Agosto - Show de lançamento do primeiro álbum no antigo Teatro Aquarius, na rua Rui Barbosa, em São Paulo.
* Setembro - Aparecem no primeiro programa de televisão chamado Fantástico da Rede Globo e iniciam a temporada de duas semanas no Teatro Itália.
* Novembro – Mostram-se para o Rio de Janeiro num concerto único no Teatro Thereza Raquel.
* Dezembro - Fazem concertos pelo país, batendo também todos os recordes de público.
* 1974 – Janeiro – Temporada no Teatro Thereza Raquel, no Rio de Janeiro e gravações em programas de rádio e televisão.
* Fevereiro – concerto no Maracanãzinho, Rio de Janeiro.
* Março – Lançamento do disco no México
* Junho – Gravação do segundo disco do grupo
* Agosto – Lançamento do segundo disco e término da primeira formação do grupo
* 1977 – Dezembro – João Ricardo entra em estúdio para gravar o terceiro disco dos Secos & Molhados com: Lili Rodrigues (vocais) Vander Taffo (guitarra) João Ascensão (baixo) e Gel Fernandes (bateria).
* 1978 – Março - Secos & Molhados lançam a terceira obra com a canção “Que Fim Levaram Todas as Flores?”, uma das mais executadas no país. Durante o ano fazem televisão e concertos muito bem recebidos
* 1980 – Agosto - O quarto LP do grupo é lançado com nova formação: César e Roberto Lempé e Carlos Amantor, cantores e compositores. João decide parar por um tempo e viajar para fora do país.
* 1988 – Maio - Sai o disco A Volta do Gato Preto, quinta formação da banda, com Totô Braxil.
* 1999 - Junho – Lança oficialmente o cd Teatro?, junto com o :*Site oficial do grupo
* 2000 – Setembro – Lançamento do disco Memória Velha pela Eldorado.
* 2003 – Dezembro – Lançamento do disco Ouvido Nu, em comemoração aos 30 anos dos Secos & Molhados.
Em 2003 foi lançado o disco "Assim Assado: Tributo aos Secos & Molhados", que contavam com
versões das músicas do disco de 1973 na voz de outros artistas. Entre eles, Nando Reis,
Arnaldo Antunes, Pitty, Tony Garrido, Ritchie e outros.
João retoma os trabalhos do grupo em junho de 2011 com a entrada de um novo integrante,
Daniel Iasbeck. A dupla lança em novembro do mesmo ano o álbum autobiográfico intitulado
"Chato-boy". Em
2012 iniciam nova turnê.


Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Secos_%26_Molhados

Entrevista: Moracy do Val

Como surgiram os Secos & Molhados?
No Última Hora eu fiz amizade com o excelente crítico de teatro João Apolinário, que era um daqueles jornalistas portugueses que vieram trabalhar no Brasil, fugindo da ditadura Salazar. Uma noite, por volta das 11 horas, eu estava saindo do Teatro Ruth Escobar, onde tinha ido ver a peça A Viagem, e encontro o João Ricardo, filho do João Apolinário. E o João Ricardo me convida para dar uma passada no “Café da Badalação & Tédio”, uma espécie de Café Concerto que a Ruth Escobar havia montado, para eu assistir ao show do grupo musical dele, que começaria à meia-noite. Eu fui. E ali conheci o grupo, que já se chamava Secos & Molhados, formado pelo João Ricardo, Gerson Conrad e agora também por um rapaz chamado Ney Matogrosso, que eu tinha acabado de ver, interpretando um português de bigodão, na peça A Viagem. João Ricardo já tinha o grupo com este nome, mas sem o Ney. Quem apresentou o Ney ao João foi a Luli, parceira dele na música O Vira. Então estavam no palco os três integrantes do Secos & Molhados, acompanhados de grandes músicos como Marcelo Frias, Willy Verdaguer e outros. Bom, quando eu vi o show deles, eu enlouqueci. Imediatamente percebi que aquilo poderia ser um grande sucesso. Eles já tinham uma fita demo que já havia sido recusada pela RCA, pela Odeon e em outras três ou quatro gravadoras. “Eu vou produzir estes caras”, pensei. Na época eu dirigia o Curtisom, que era um jornal interno promocional da gravadora Continental. Quem me levou pra lá foi o Walter Silva, o Pica-Pau. E a Continental tinha um contrato com a Kinney, que era um braço da Warner, e estava fazendo contratos com vários astros internacionais. Levei a fita e a Continental topou. Eles tinham um estúdio de quatro canais no bairro do Paraíso e foi ali que eu produzi o primeiro disco do Secos & Molhados.

Que já saiu com uma capa antológica!
A famosa capa com as cabeças dos integrantes do grupo sendo entregues numa bandeja foi produzida pelo Antonio Carlos Rodrigues, sobrinho do Nelson Rodrigues. Ele tinha feito para a rede de lojas Fotoptica uma foto neste mesmo estilo, com uma bandeja de festa de casamento, e reaproveitou a ideia.

Aí o disco estourou…
Não, não é assim… eu fui atrás para fazer as coisas estourarem [risos]. Acho que o meu maior mérito foi simplesmente não ter deixado ninguém atrapalhar a criação do Secos & Molhados, que vieram com as músicas todas prontinhas. Eu falei: “Ninguém mexe em nada”. Fizemos o disco em apenas 36 horas, apenas quatro dias, num estudiozinho de quatro canais. E qual o problema de fazer em quatro canais? Nenhum. O Chega de Saudade, do João Gilberto, que mudou a história da música brasileira, foi feito num estúdio de dois canais. Mas tinha de fazer todo o trabalho para o grupo estourar. A estratégia foi primeiro, antes do disco sair, fazer vários shows no Teatro Aquarius, que não me custava nada porque eu era um dos sócios, junto com o Altair Lima. Fizemos então apresentações no Aquarius, mas misturando o Secos & Molhados com outros grupos. Dava uma média de 200 a 400 pessoas por apresentação. Daí eu aluguei o Teatro Itália para que eles estreassem, sozinhos, exatamente no dia do lançamento do disco, uma sexta-feira. Antes disso, naquela mesma semana, eles foram tocar no programa Clube dos Artistas, que fazia muito sucesso na televisão, comandado por Ayrton e Lolita Rodrigues. Quando chegou a sexta-feira, mais de 600 pessoas lotaram o teatro Itália. E daí pra frente, só casas lotadas. Colocávamos mil pessoas em teatros de 300 lugares era uma loucura, um sucesso enorme! Teve um show que literalmente parou o trânsito na Zona Leste da cidade: foi no Juventus, que fica no bairro da Moóca, onde tinha 100 mil pessoas querendo entrar. Travou a cidade. Quando eu senti o potencial, quando eu percebi no que o grupo poderia se transformar, eu fiz muito rapidamente uma agenda de shows que cobriu o Brasil inteiro em 20 dias. Mandávamos um caminhãozinho na frente levando a luz e os cenários, a equipe era pequena e tudo foi um sucesso muito grande. No Rio de Janeiro tocamos num programa que o Moacyr Franco tinha na Globo, paramos Copacabana numa temporada no Teatro Tereza Raquel, lotamos o Maracanãzinho, depois o Gigantinho em Porto Alegre, era uma loucura! E o engraçado é que o Ney Matogrosso, que fazia artesanato, pulseirinhas, estas coisas, quando estava em São Paulo ele continuava fazendo o trabalhinho dele, sentado no chão da Avenida São João, perto do Correio, vendendo os badulaques. E ninguém reconhecia, porque no show ele aparecia todo maquiado [risos]. Já o João Ricardo ia em todos os lugares, doido pra ser reconhecido, e por causa da maquiagem dos shows ninguém o reconhecia [risos]. O João sofria muito com o sucesso do Ney, por isso o grupo não deu certo por mais tempo. E o João é um autor genial, foi uma pena ter estragado a carreira por causa de ciúmes.

O sucesso durou quanto tempo?
Durou dois discos. O primeiro foi todo este sucesso. No dia do lançamento do segundo disco já teve briga, pois o João queria que o Ney fosse assalariado dele, que se dizia o dono do grupo e do nome “Secos & Molhados”. Eu já tinha armado uma temporada de shows no México, onde o primeiro disco tinha vendido 100 mil cópias, e foi tudo por água baixo. Uma história maravilhosa que acabou cedo por burrice.

Era um show de muita sensualidade. Houve problemas com a censura?
Bom, num dos primeiros shows que a gente fez fora de São Paulo, aqui perto, em São Caetano do Sul, um juiz quis proibir o espetáculo. Quem salvou a situação foi o neto do juiz, que ficou fã do grupo e pediu para o avô liberar. E liberou. Depois disso nunca mais tivemos problemas.

Nenhum problema com a censura federal?
Nada, nada. Fizemos até shows em Brasília, tivemos de fazer shows extras ali, deu tudo certo.

É verdade ou lenda que o grupo Kiss teria imitado o visual do Secos & Molhados?
Não sei se é verdade, mas é possível. No show que eu fiz com eles no Teatro 13 de Maio tinha um pessoal da Warner, que representava o Kiss, assistindo. Não sei…

Trecho da Entrevista a Celso Sabadin
Publicada no Jornal da ABI 396, dezembro de 2013

O Fim dos Secos & Molhados

ENTREVISTA INÉDITA:
JOÃO RICARDO EXPLICA O FIM DOS SECOS E MOLHADOS!
A entrevista foi publicada no jornal Hit Pop, encarte da revista POP, no distante setembro de 1974.

HIT POP ENTREVISTA JOÃO RICARDO: “OS SECOS E MOLHADOS JÁ EXISTIAM ANTES DO NEY E DO GERSON. POR QUE NÃO PODEM CONTINUAR SEM ELES?”

Entrevista a Carlos Eduardo Caramez

Com a saída de Ney Matogrosso e Gerson Conrad, os Secos e Molhados ficaram reduzidos a um só: João Ricardo. É o fim do conjunto? Não, diz o esperançoso João Ricardo. E afirma que o grupo pode sobreviver à deserção de sua maior estrela.

ENTREVISTA:

POP - Queremos que você conte, desde o início, como foi a separação dos Secos e Molhados. A sua versão oficial.

João - Eu prefiro que você me faça perguntas a eu contar uma história qual­quer. Não quero responder ao que vem saindo na imprensa, porque achei algumas matérias parciais e não acredito que o Ney tenha dito certas coisas que saí­ram nos jornais.


POP - Seus desentendimentos com o Gérson foram o resultado de uma disputa entre os dois?

João - Não. Nunca houve esse tipo de problema entre nós.


POP - Então por que a música Trem Noturno, de Gérson, não entrou neste último LP?

João - Porque não estava de acordo com a filosofia dos Secos e Molhados, musicalmente falando, inclusive.


POP - E qual era a filosofia dos Secos e Molhados? Era você que estabelecia as coisas ou tudo era feito mesmo de comum acordo?

João - Bem, nós éramos um grupo em que cada um tinha sua função especifica. A minha, mesmo antes dos Secos e Molhados, era compor. Eu componho desde os 15 anos de idade. Então, normalmente, as músicas todas eram minhas. O Gérson começou a compor a partir dos Secos e Molhados, do primeiro disco. Eu sugeri que ele compusesse. Era uma vontade que ele tinha, mas nunca tinha traduzido de forma definitiva.


POP - Havia um líder no grupo? Quem era, se havia?

João - Havia. Era eu.


POP - Até que ponto sua liderança influenciava o trabalho artístico do conjunto?

João - Eu tinha traçado métodos específicos para o grupo. E quando convidei Gérson e Ney para fazerem parte deste grupo, disse o que pretendia com ele. E já tinha até as músicas do primeiro disco. As músicas foram aceitas normalmente, nesse caso, ai que deu uma sorte dana­da: estourou em primeiro lugar, e o resto já se sabe...


POP - Em termos do conjunto, o que você mais lamenta?

João - Eu lamento na medida em que o Ney é um belíssimo intérprete e tem uma voz fantástica, ótima para o trabalho que eu estava desenvolvendo. Quando ele apareceu foi maravilhoso. E ia continuar sendo... Mas isso não elimina nada.


POP - Não havia um jeitinho para o conjunto continuar?

João - Veja bem: eu nunca quis forçar nada, com eles. Muito menos forçá-los a ficar comigo – isso era bobagem. Foram decisões puramente pessoais, em que eu não tinha que interferir.


POP - E qual foi o motivo mais forte para a separação?

João - Não houve uma razão especifica. Foi bom... Nós precisávamos dar uma parada, mesmo para uma renovação nossa. Independente de eles terem saído, era importante a gente parar para ver o que podia acontecer...


POP - Então, se tivesse ocorrido essa parada, poderiam voltar os três juntos e o grupo não acabava, não é?

João - Sim, mas aí o Ney desistiu, disse que não queria, que estava a fim de curtir uma outra...


POP - E você diz que mesmo saindo o Ney e o Gérson, es Secos e Molhados continuam?

João - Continuam, claro que continuam.


POP - Engraçado, isso. Você garante que um trio sobrevive sem sua grande vedete e sem o outro músico!

João - Claro, claro! É bom que todos saibam o seguinte: os Secos e Molha­dos já existiam antes do Gérson e do Ney. Acontece que houve um sucesso estrondoso com a segunda formação do conjunto, e a saída deles não implica em que eu interrompa meu trabalho. Entre nós sempre houve a possibilidade de cada um sair para o seu lado e fazer o seu trabalho.


POP - Os caras que eram do conjunto, antes, saíram ou você mandou embora?

João - Aí foi o contrário. Fui eu que dei o toque. Chegamos a fazer algumas apresentações e tal... Mas ai achei que era outra coisa o que eu queria, e fui tentar. Então convidei o Gérson, depois descobri o Ney, e estouramos. Agora, o que é importante é que o conjunto não terminou. Apenas saíram dois integrantes, que serão substituídos ainda não sei por quem.


POP - O que parece claro é que houve algumas disputas de liderança entre o Ney e você, e também problemas com relação a você boicotar as músicas do Gérson.

João - Não é nada disso, ninguém brigou com ninguém. O Ney chegou e me disse: “Olha, João, eu estou confuso e vou dar uma parada”. E parou mesmo. Quanto ao Gérson. não me falou nada. Eu fiquei sabendo que ele também tinha saído do conjunto quando li a notícia nos jornais.

POP - Tudo bem. Você insiste em negar as acusações do Ney e do Gérson, que os jornais publicaram. O que a gente quer saber então é: você não vai procurar o Ney e o Gérson para passar as coisas a limpo?

João - Não, em absoluto. Eu não vou procurar... Me acusam de um monte de coisas, e eu vou ter que levantar e ir à procura das pessoas? Eu também pode­ria pegar os jornais e falar um monte de coisas, mas aí já estaríamos entrando no nível da fofoca. E eu acho que não pode haver fofoca e gozação com uma coisa que foi muito bonita até agora, que é o Secos e Molhados. Uma coisa que foi feita realmente por todo mundo, pelo Ney, pelo Gérson, por mim – todo mundo deu o que tinha que dar, e foi belíssimo. E chegou a um nível muito alto. Por isso, nem acredito nas declarações do Ney que os jornais publicaram. Nada daquilo que os jornais publicaram é verdade. Eu tenho provas concretas disso.


POP - E o Gerson? Diz que você boicotou o trabalho dele.

João - A única coisa que eu posso dizer é que ele nunca reclamou disso, nunca houve esse tipo de problema. Eu tenho milhares de composições, desde os 1 5 anos de idade. É só fazer uma análise entre as minhas e as composições dele...


MORACY: “A GANÂNCIA ESTRAGOU TUDO!”

Moracy do Val, ex-empresário dos Secos e Molhados, estava na porta do circo onde está apresentando Godspell, no Rio, quando chegou Gerson Conrad com um jornal na mão: “Olha, o conjunto acabou. Vim pra te comunicar pessoalmente”. E não falou mais nada. Mas Moracy abriu o jogo.

POP - Você, que foi acusado de má administração, como é que está se sentindo agora?

Moracy - Moralmente restabelecido, embora um pouco triste. Enquanto es­tive à frente do grupo, o faturamento era excelente e ninguém chiava por causa de dinheiro.

POP - Então que vem a ser a sua má administração?

Moracy - Foi a forma mau-caráter que pai (João Apolinário) e filho (João Ricardo) inventaram para meter a mão no tutu do grupo.

POP - Quem foi o responsável pela sua saída?

Moracy - A ganância de João Ricardo. Ele transformou os Secos e Molhados numa máquina de ganhar dinheiro em seu próprio beneficio.

POP - Como assim?

Moracy - Em princípio, não reconhecia o talento de Gérson como compositor. Até aí parece que é só vaidade. Mas não é. O grilo está nos direitos autorais, que rendem dinheiro.

POP - E por que o Gérson só chiou agora?

Moracy - Antes ele já chiava, sim, mas só de leve.

POP - E como era que o Ney reagia?

Moracy - Ele é uma figura humana sensacional e um excelente profissional. Ele calou muitas vezes para não precipitar os acontecimentos. Mas ficava muito triste e magoado.

Fonte: apologo11.blogspot.com.br

Em entrevista ao programa Fantástico nos anos 2000, Ney Matogrosso, ao ser perguntado pelo repórter sobre o motivo da separação do grupo, se foi por causa de dinheiro ou por sexo, drogas e rock and roll, Ney esclareceu, dando sua versão:

Ney - Não, sexo, drogas e rock and roll não rolava, embora eu levasse fama. Foi dinheiro.

Repórter - Qual foi o recado desaforado que você mandou para seus ex-parceiros dos secos e molhados?

Ney - Não. Antes é preciso dizer em que circunstância eu mandei esse recado desaforado. Nós havíamos trabalhado muito, e tanto eu como o Gerson abrimos mão de todo o nosso dinheiro para a montagem do escritório dos secos e molhados, um escritório faraônico, e enquanto o "nosso" escritório ficava pronto, o nosso dinheiro, tanto o meu como o do Gerson estava sendo desviado pro "nosso" escritório. E quando o "nosso" escritório ficou pronto eu recebi na minha casa um boy com um contrato pra eu assinar, um contrato que eu estava sendo contratado como funcionário dos secos e molhados. Eu achei estranho porque até então aquilo tudo também me pertencia, aí eu mandei eles limparem a bunda com aquele papel.

Repórter - Você nunca se arrependeu de ter deixado os secos e molhados? Você não se preocupou com o dinheiro que você deixou de ganhar saindo do grupo?

Ney - De maneira nenhuma. Dinheiro nunca foi a meta da minha vida. Tanto que quando terminou o secos e molhados cortaram a luz da minha casa, mas em nenhum momento eu fiquei triste, eu tinha ganho a minha liberdade.

Repórter - João Ricardo declarou que você é invertebrado e semi-alfabetizado. A mágoa ainda continua?

Ney - Da minha parte não, só se ele tem. Eu não tenho nenhum sentimento negativo dentro de mim em relação a qualquer pessoa. Agora você vai ter que fazer essa pergunta pra ele, pra ele dar a versão dele.

Fonte: TV Globo - Programa Fantástico - 2005

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